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terça-feira, 23 de agosto de 2011

palhaço da vida...

Chora-lhe a alma enquanto os olhos riem
É assim o palhaço original
Vertendo da existência o pior mal
No âmago de si, sem outros o sentirem
E na dor mergulhado finge ser
Da hilaridade o seu senhor
Mas fica-lhe a tristeza por penhor
Vergando-lhe ao desgosto o padecer
Na pobreza das vestes é grotesco
Desfigurada a face à alquimia
Que lhe acentua o esgar quase dantesco
Querendo tornar veraz a alegria
Mas se o cobre riqueza bijuteira
E a alvura lhe manda na aparência
Quase aflora a demência tal bobeira
Perante a contradição da evidênciaAmbos jovens, aos palcos desta vida,
subimos, cada qual com seu papel;
vivendo ora a comédia divertida,
ora um enredo de ilação cruel.
Inerpretamos cada riso ou pranto
apaixonada e primorosamente,
e ao longo do sucesso que era tanto,
a vida foi andando para a frente!
Mas eis que um dia, entre um ato e outro
do amor o enredo a declinar começa;
sais de um roteiro e te colocas noutro,
rendida ao charme do vilão da peça!
De principal ator eu regredi
ao vil fantoche que tu vês agora;
finda a comédia é que eu compreendi
por que é que às vezes um palhaço chora

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